domingo, 12 de fevereiro de 2012

EDITORIAL – DANIEL PIZA EM BELEM

Daniel Piza

No dia 30 para o dia 31 de dezembro de 2011 faleceu o escritor e jornalista Daniel Piza, vitima de um acidente vascular cerebral.
Daniel esteve em Belém durante a XV Feira Pan amazônica do Livro e falou sobre sua carreira e seus diversos livros.
Caso você não o conheça...
Daniel Piza, que nasceu em São Paulo em 1970 e estudou Direito no Largo de São Francisco (USP), começou sua carreira de jornalista em O Estado de S. Paulo (1991-92), onde foi repórter do Caderno2 e editor-assistente do Cultura.



Trabalhou em seguida na Folha de S. Paulo (1992-95), como repórter e editor-assistente da Ilustrada, cobrindo especialmente as áreas de livros e artes visuais. Foi editor e colunista do caderno Fim de Semana da Gazeta Mercantil (1995-2000). Em maio de 2000, retornou ao Estado como editor-executivo e colunista cultural; desde 2004 assina também uma coluna sobre futebol.
Traduziu seis títulos, de autores como Herman Melville e Henry James, e organizou seis outros, nas áreas de jornalismo cultural e literatura brasileira. Escreveu 17 livros, entre eles Jornalismo Cultural (2003), a biografia Machado de Assis - Um Gênio Brasileiro (2005), Aforismos sem Juízo (2008) e os contos de Noites Urbanas (2010). Fez também os roteiros dos documentários São Paulo - Retratos do Mundo e Um Paraíso Perdido - Amazônia de Euclides.




Escreveu vários livros:
Na ficção escreveu: "As Senhoritas de Nova York - Descoberta de Pablo Picasso" (FTD, 1996); "Mundois" (Bei, 2001); "Noites Urbanas - Contos" (Bertrand Brasil, 2010)


Foi um escritor bastante eclético, falando, inclusive, sobre futebol em "Ora, Bolas - Da Copa de 98 ao Penta" (Nova Alexandria, 2003). Livro que mostra sua visão sobre o futebol brasileiro e a paixão brasileira pela copa do Mundo.
Três livros bastante comentados por Piza durante sua palestra na feira foram: "Jornalismo Cultural" (Contexto, 2003); "Amazônia de Euclides" (Leya, 2010) e "Dez Anos que Encolheram o Mundo" (Leya, 2011).



Durante sua vida, Piza foi bastante critico e em seu blog uma das ultimas criticas, falava sob a postura das pessoas durante as festas de fim de ano, especificamente o Natal:
“Nesta época é comum ver, além das retrospectivas, os apelos piegas ao tal espírito natalino, abusos de expressões como “renovar esperanças”, previsões furadas de astrólogos, tarólogos e outros loucos, textos que lamentam onde estão os natais d’antanho, mensagens de boas festas com listas de virtudes. Meu impulso é perguntar por que as pessoas não procuram ser assim o ano todo, e não apenas no solstício que foi apropriado pela religião e pelo folclore para se tornar uma data paradoxal em que se discursa sobre bons sentimentos enquanto se consome em ritmo febril; até mesmo os nacionalistas se calam diante do fato de que a festa não tem cara do calor de 34 graus. E então me ponho a pensar em como generosidade e respeito, para ficar só nesses dois itens, andam em falta nos tempos atuais, especialmente nas grandes cidades, e em como a tecnologia que deveria nos aproximar nos tem dispersado. Mas lembro os Natais de infância, comparo com o dos meus filhos e as diferenças se tornam irrelevantes, porque os prazeres e as questões são muito parecidos. E os dias deliciosamente desocupados, desacelerados, convidam ao balanço do ano, ainda que tenha tido tantas tristezas em meu caso, e sem balanço não há avanço”.
Foi uma alegria muito grande conhecê-lo Daniel.

Daniel e Carlos Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário