terça-feira, 24 de agosto de 2010

CRITICA - SALT

Salt

Aqui estou eu para mais uma crítica de filme. Dessa vez falarei sobre um filme que surpreendentemente envolve espionagem com uma mulher sendo a personagem principal: Salt. Ela (Angelina Jolie, em uma de suas melhores formas) é uma agente da CIA que, no dia do seu aniversário de casamento, é acusada por um “pilantra russo” de fazer parte de um programa de espionagem. Segundo ele, o plano era infiltrar crianças russas no lugar de americanas, e elas permaneceriam esperando sua missão por anos, décadas, até chegado o Dia X, em que um vice-presidente americano morreria, um presidente russo iria ao funeral nos Estados Unidos e os russos matariam seu próprio presidente. Salt passa a ser perseguida pelos americanos, tenta encontrar seu marido e provar sua inocência. Sim, essa é a premissa básica de Salt, novo filme de Angelina Jolie com pitadas de A Identidade Bourne, onde não sabemos se Angelina é russa ou americana.

Angelina Jolie é Evelyn Salt

Ok, tramas absurdas são marcas registradas dos filmes de espionagem. Não tem um James Bond ou Ethan Hunt que não tenha passado por tramas absurdas, mas Evelyn Salt abusa um pouco da boa vontade do espectador, seja por sua habilidade em saltar sobre caminhões em alta velocidade, escapar de situações impossíveis ou desarmar seus oponentes sem de fato matar ninguém, apenas com seu corpo-a-corpo. Com tantos tiros sendo disparados para todos os lados, alguma personagem deveria ser atingida, mesmo que não fosse de propósito, mas por bala perdida.

Salt em ação

Não que Salt seja uma super-mulher. Na verdade, ela apanha um bocado. Só os saltos dos caminhões já seriam o suficiente pra deixar muita gente de cama, com o corpo cheio de hematomas por semanas. Se a pessoa estiver com o peso mínimo gritando anorexia que Angelia Jolie manteve durante essas filmagens, não era pra sobrar osso sobre osso, porém Salt sai com apenas um arranhão, literalmente. Nada que atrase muito os seus planos.

Espiã dupla?

Ainda assim, muitos espiões passam por situações extremas sem sequer derramar seus Dry Martinis. O que torna Salt diferente? Bem, ela é uma mulher e aí está de fato o maior trunfo do filme. Toda vez que Angelina fecha os olhinhos e grita “Onde está meu marido?” nós imediatamente queremos acreditar nela, um preconceito estabelecido por décadas e décadas de domínio masculino nos filmes de ação. Como se uma mulher implorando por seu marido não pudesse estar mentindo.

Liev Schreiber (mais alto) e Jolie

Tá certo que no filme também desponta o excelente Liev Schreiber (como um funcionário do governo e amigo de Salt, mas que lhe é reservada uma surpresa), contudo, poucas atrizes conseguiram ser símbolos tão fortes em filmes de ação sem perder a graciosidade e a feminilidade como Jolie. Salt produz bombas caseiras, escala paredes, bate em um número infindo de homens, mas também salva cachorrinhos.

E é exatamente por brincar com essa dualidade na cabeça do espectador que o filme consegue divertir e divergir dos absurdos do roteiro. Torcemos por Jolie, mesmo quando tudo indica que não deveríamos, e isso não ocorre devido a uma identificação com a personagem. É puro carisma da atriz, somados a ação ininterrupta. Sem tempo pra questionar ou absorver o que está na tela, fica mais fácil se divertir com Salt.

Phillip Noyce (diretor) e Jolie

Com tudo isso, Angelina Jolie já provou que é uma boa atriz. O Oscar de coadjuvante por Garota Interrompida e a indicação quase recente ao mesmo prêmio por A Troca (neste, por melhor atriz), lhe dão uma boa credibilidade. E, pensada a questão estética do produto e os blockbusters com bom retorno financeiro para os estúdios, podemos acrescentar mais alguns créditos para a Sra. Pitt gastar.

De salto, Angelina Jolie mais uma vez saiu pela maior das portas, intacta para o mundo e com uma bilheteria para sustentar nas costas.

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