domingo, 15 de agosto de 2010
CRÍTICA - SHREK PARA SEMPRE
“Era uma vez uma linda princesa, mas havia um terrível feitiço sobre ela, que só poderia ser quebrado pelo primeiro beijo do amor.”
Parece um conto de fadas tradicional, mas não se deixe enganar pela introdução de Shrek. E aqui estou eu, para falar dessa animação que completou uma década desde o primeiro filme lançado em 2001.
Bem, ao contrário do que a frase de abertura possa sugerir, não se trata da bela história de amor entre um príncipe e sua amada. Shrek é, em todos os sentidos da palavra, um ogro: verde, de péssimas maneiras, sem paciência com qualquer um que se aproxime, não gosta de papo, mora em um pântano e, entre outras muitas particularidades, toma banho de lama e arrota sem cerimônia.
Não seria exagero dizer que Shrek foi o primeiro título a ter coragem de ousar ser animação para adultos. Cultura pop, sátiras e referências a clássicos infantis e piadas que ultrapassam a linha tênue em que termina o politicamente correto são os elementos que fazem da animação, que também conta com a princesa e seu herói, tão diferente dos outros contos que conhecemos. É fácil notar que Shrek Para Sempre é superior ao seu antecessor, Shrek Terceiro. Também é fácil notar que, apesar de divertido, o quarto capítulo do simpático e bruto ogro passou longe de voltar a exibir a qualidade dos dois primeiros filmes. É fato.
A sensação que tive ao assistir Shrek foi a seguinte: imagine uma saga animada que começaria com o ótimo Procurando Nemo e acabasse com O Espanta Tubarões? Bem, Shrek Para Sempre é melhor que o patético O Espanta Tubarões, mas a qualidade da série simplesmente despencou. Depois de um terceiro filme horroroso, Shrek Para Sempre roda em modo de segurança, nunca se permitindo usufruir da originalidade e acidez cômica dos primeiros capítulos. No filme, o simpático ogro sofre de uma crise de existência por não ser mais temido como antigamente. É possível traçar um paralelo entre a trama e a série, que não empolga como antes.
A história do quarto filme é simples: Shrek recorre ao trapaceiro Rumpelstiltskin (nome muito difícil de ser dito pelas crianças, o que mostra mais uma vez que é um desenho mais crescidinho) para ter uma dia como antigamente, dando troca um dia de sua infância. Quando Shrek volta no tempo, percebe que o baixinho o enganou, se tornou Rei e usa ogros como escravos. Para piorar, nem Fiona, que virou a líder da resistência da espécie, nem o Burro o reconhecem. Até que ele descobre que a única maneira de voltar atrás é ter um beijo verdadeiro, o que anularia o contrato com Rumpelstiltskin. Soa forçado para você?
A jornada que começa neste momento é até interessante, mas não parece digna da última aventura da turma. É só comparar com Toy Story 3 e ficará fácil de notar a diferença de intensidade entre as histórias. Aliás, Shrek Para Sempre assume um tom mais sério de que seus antecessores, o que pode decepcionar o público infantil. A parte cômica ficou de responsabilidade do Gato de Botas, que agora é um felino obeso e preguiçoso.
Infelizmente a série acaba assim, sem muito brilho. Saudade mesmo, só dos 2 primeiros capítulos da saga.
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