domingo, 18 de novembro de 2012

EDITORIAL- EU ASSISTO FILME VELHO

Cidadão Kane

Recentemente, ao adquirir alguns filmes, seriados antigos, me deparei com uma situação que me chamou a atenção. 
Estava verificando o que tinha para vender e conversando com os vendedores, quando um homem, aparentando entre 30 a 40 anos me perguntou o que eu achava de três filmes que ele segurava. 

King Kong

Os filmes eram: O Mais Longo dos Dias, Os Canhões de Navarone e Falcão Negro em Perigo. Respondi que os dois primeiros são clássicos e o terceiro era um bom filme, todos filmes de guerra. O homem me perguntou se eles eram "paradões"? Respondi que gosto não se discutia. Ele me fez uma nova pergunta: este filme (O Mais Longo dos Dias) é em preto e branco? Respondi que sim. Ele falou que, então, deveria ser muito velho e o deixou de lado, levando os outros dois.

A Filha da Selva

O que me chamou a atenção no fato foi que este homem associou a idade do filme, considerando o fato de ter sido produzido em preto e branco com o fato de ser um filme ruim e chato. Infelizmente, já há algum tempo tenho notado que esta "síndrome de juventude" tem predominado junto ao público atual. O qual acredita piamente que tudo que é novo e jovem é bom, quando não é. 

A Companheira de Tarzan

Eu mesmo já ouvi de uma pessoa que conheço que ele somente assistiria os filmes da sua geração. Os filmes antigos e em preto e branco não são sinônimos de filmes ruins. Ao contrario existem dezenas de filmes e produções que podem e devem ser assistidas. Quer exemplos? 
A Companheira de Tarzan (1934) estrelado por Johnny Weissmuller, Maureen O´Sulivan, Neil Hamilton, misturando com precisão aventura, romance e erotismo. 
Cidadão Kane (1941) dirigido e estrelado por Orson Wells, com: Joseph Cotton, Dorothy Comingore e Agnes Moorehead, considerada obra-prima do cinema e conta uma historia de ascensão e queda de um homem. 


Gunga Din

Gunga Dim (1939), dirigido por George Stevens, com estrelando: Cary Grant, Douglas Fairbanks Jr, Joan Fontaine e Sam Jaffe. Narra uma grande aventura, onde temos um personagem carismático, soldados valentes e dezenas de vilões perigosos. 
King Kong (1933) com estrelando: Fay Wray, Bruce Cabot e Robert Armstrong, esta mistura de fantasia, aventura e erotismo, tornou-se uma marco no cinema e seus efeitos especiais (realizados pelo gênio Willis O´Brien) impressionam até hoje. 
Todos estes filmes, acima, são classe A, ou seja, com grandes orçamentos, elenco estelar e diretores famosos. 

Os Perigos de Nyoka

Temos ainda, os seriados de cinema, feitos com qualidade impressionantes. 
A Filha da Selva (1941), produção do estúdio Republic Pictures, dirigido pelos excelentes William Whitney e John English, tendo no elenco uma das Rainhas dos Seriados a belíssima Frances Gifford, Tom Neal e Trevor Bardette, mostra uma aventura com ação do inicio ao fim. 
Os Perigos de Nyoka (1941) , produção do estúdio Republic Pictures, continuação de A Filha da Selva, dirigido apenas por Whitney e tendo no elenco: Kay Aldridge, Clayton Moore (o eterno Lone Ranger da TV), Lorna Gray e Charles Middletone (o imperador Ming nos seriados do Flash Gordon), conta uma historia inédita, com uma aventura em ritmo contagiante e inesquecível. 

O Terror dos Espiões

O Terror dos Espiões (1942), produção do estúdio Republic Pictures, com direção novamente de Whitney e no elenco: Kane Richmond, Marguerite Chapman, Triston Coffin, mostrando a luta do espião O Terror dos Espiões contra agentes nazistas. É o melhor seriado de todos os tempos e uma aventura maravilhosa. 
Capitão América, o Vencedor (1944), produção do estúdio Republic Pictures, com direção de Elmer Clifton e John English, estrelada por: Dick Purcell, Lorna Gray e George J. Lewis. Esta aventura maravilhosa é considerada como o segundo melhor seriado de todos os tempos, perdendo apenas para O Terror dos Espiões.

Capitão América, O Vencedor

Isto apenas pra citar o gênero aventura-fantasia, pois temos, também, os faroestes, as chamadas produções B e muito mais. É uma pena que muitas pessoas vejam a produções antigas e em preto e branco como ruins, porque eu digo com muita alegria: eu assisto filme velho.

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