terça-feira, 28 de junho de 2011

MORRE PETER FALK, O COLUMBO

Peter Falk como Columbo


Famoso como o intérprete do detetive Columbo, na série de mesmo nome, o ator Peter Falk faleceu na quinta-feira, dia 22 de junho, aos 83 anos de idade, segundo informou a família à imprensa americana.

Em 2008, o ator foi visto perambulando pelas ruas de Beverlly Hills. Seu comportamento desorientado levantou especulações da imprensa. Mais tarde, foi divulgado que Peter sofria do Mal de Alzheimer, fato que procovou discórdia entre Catherine, filha de Peter, e Shera, sua atual esposa.


Falk em foto recente



Disputando a guarda do ator, as duas foram aos tribunais em 2009. Em depoimento, o Dr. Stephen Read, o médico particular de Falk, descreveu o estado degenerativo do ator. De acordo com o depoimento do médico, Falk começou a apresentar sintomas de demência após uma série de cirurgias dentárias em 2007.

Embora ele não tenha conseguido precisar se o problema foi decorrente da anestesia ou de alguma reação aos procedimentos, o Dr. Read declarou que o estado de demência do ator chegara ao ponto dele não se lembrar que um dia interpretara o Tenente Columbo em uma série de TV. A corte determinou que a esposa do ator ficasse com a guarda de Peter.


O jovem Falk



Peter Michael Falk nasceu em 16 de setembro de 1927, em Nova Iorque, filho de pai húngaro e mãe italiana, donos de uma loja de roupas. Aos três anos de idade, ele teve seu olho direito removido cirurgicamente em função de um tumor. Até os 12 anos, foi um garoto problema, mas quando participou da montagem de “Pirates of Penzance”, em um acampamento infantil, Peter mudou de comportamento.

Dizem que, interessado em participar de outras montagens, ele passou a frequentar aulas de arte dramática ministradas por Ross Martin, conhecido como Artemus Gordon em “James West”, que na época tinha 16 anos e foi responsável pela direção da peça no acampamento. Anos mais tarde, Martin faria participação especial em “Columbo”.



Após o colégio, Peter serviu na marinha mercante como cozinheiro. Em 1951, formou-se em Ciências Políticas e, em 1953, especializou-se em Administração Pública. Tentou um emprego na CIA mas, não conseguindo, aos 25 anos de idade assumiu um cargo como funcionário público.

Na mesma época, estudava teatro com Eva La Gallienne, que o convenceu a seguir carreira de ator. Assim, em 1956, Peter voltou para Nova Iorque onde estreou no teatro com a peça “Don Juan”.



Falk em Murder Inc



Seu olho de vidro o levou a perder várias oportunidades no cinema, conseguindo apenas papéis menores. Estreou na tela grande fazendo ponta no filme “Jornada Tétrica”, em 1958. Pouco tempo depois, foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante por seu trabalho em “Murder Inc.” e “Dama por um Dia”, de Frank Capra. No teatro, recebeu o prêmio Tony por seu trabalho em “O Prisioneiro da Segunda Avenida”, de 1972.

Peter chegou na TV em 1957, com participações especiais em teleteatros. Ao longo de sua carreira foi visto em episódios de “Decoy”, “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Os Intocáveis”, “Além da Imaginação”, “Cidade Nua”, “Dr. Kildare”, “A Caravana” e “Ben Casey”. A partir da década de 1970, dedicou-se ao cinema, sendo visto em participação especial na sitcom da HBO, “The Larry Sanders Show”, nos anos de 1990.


O Tenente Columbo



Entre 1965 e 1966, Peter estrelou a série “The Trials of O’Brien”, sobre um advogado idealista. Nesta época, ele já tinha formado sua própria empresa de produção, a Mayo Productions, visando estrelar projetos que lhe interessavam. Desta forma, a série foi co-produzida por ele, em um total de uma temporada com 22 episódios.

O sucesso viria com “Columbo”. Criada por William Link e Richard Levinson, a série surgiu de um conto escrito por eles para a Alfred Hitchcock Magazine, sob o título de “May I Come In”. A história foi adaptada para a TV pelo teleteatro “The Chevy Mystery Show”, com o título de “Enough Rope”, estrelado pelo ator Bert Freed (Shane). Na trama policial, que acompanhava o criminoso, o Tenente Columbo é um personagem menor, mas que conseguiu se destacar. No início da década de 1960, Levinson e Link transformaram “Enough Rope” em peça de teatro, com o título de “Prescription: Murder”, com Thomas Mitchell (o pai de Scarlett O’Hara) como o Tenente Columbo.



Condenada pela crítica, a peça foi um sucesso de público. Mesmo mantendo o assassino como personagem principal, Columbo se destacava devido a sua personalidade carismática. Assim, revisando o texto, a dupla ofereceu a história para a Universal, com o objetivo de transformá-la em um telefilme. Peter Falk foi escolhido para interpetar o papel de Columbo, depois do personagem ter sido oferecido a Lee J. Cobb e Bing Crosby.


Exibido em 1968, dentro do programa “NBC Mystery Movie”, “Fórmula para Matar/Prescription: Murder” não conseguiu conquistar uma grande audiência. Mesmo assim, a NBC encomendou a produção de um outro telefilme, novamente com Columbo como o policial que investiga o caso.

“Resgate para um Morto/Ranson for a Dead Man” foi exibido em 1971, também sem conquistar uma grande audiência. Mas a NBC estava decidida a dar a Columbo sua própria série.


Columbo nos anos 1990



Produzida no formato de telefilmes, a série foi exibida intercalada com “McCloud”, “Casal McMillan” e “Os Audaciosos”, conquistando sua audiência. Ao longo da série, Peter manteve uma postura protecionista e perfeccionista, negando-se a filmar cenas ou episódios que ele considerasse fracos ou implausíveis. Com isso, a produção se tornou dispendiosa, visto que os roteiros precisavam ser refeitos e as filmagens eram atrasadas. Além disso, a cada temporada, o ator pedia aumento.

Assim, a Universal decidiu cancelar a série, sob os protestos da NBC, que se ofereceu a pagar o salário de Falk. No entanto, com o tempo, as duas empresas entraram em um acordo e cancelaram “Columbo”. Com quatro Emmy, interessado no cinema e querendo voltar para o teatro, Falk não se importou com o fim da série. O ator retornaria ao personagem em uma série de telefilmes na década de 1990.


Natalie Wood, Tony Curtis, Jack Lemmon e Falk em A Corrida do Seculo


No cinema, o ator foi visto em produções como “A Corrida do Século”, “Assassinato por Morte”, “Asas do Desejo”, “Tormentos da Alma”, “The Balcony,” “Deu a Louca no Mundo”, “Robin Hood de Chicago”, “Feliz Ano Novo” e “A Princesa Prometida”, entre outros.

Peter foi casado duas vezes. A primeira com Alice Mayo, entre 1960 a 1976, com quem adotou duas filhas: Catherine, detetive particular, e Jackie. Sua segunda esposa era a atriz Shera Danese, com quem estava casado desde 1977.

Em 2006, Peter lançou sua autobiografia, “Just One More Thing“. Além de ator, ele também era desenhista.

Fernanda Furquim
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/page/2/

Um comentário:

  1. Saudades deste grande e saudoso Peter Falk, pois não perdia nenhum episodio! Saudades éternas!

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